Power Trio de três!

11 maio

Gente, esses dias fez um mês que presenciei o maior espetáculo da terra, vulgo Show do U2. Tenho certeza que  povo está de saco cheio da deprê, dos vídeos, dos conselhos que o Bono me da via aplicativo do Face…

Calma, minha gente!

Eu vim rasgar elogios pela banda de abertura: o Muse.

A banda é relativamente antiga (o primeiro álbum de estúdio saiu em 1999), e é formado por Matt Bellamy (ahh, o namorado da Kate Hudson), Chris Wolstenholme (pai de 5 filhos aos 32 anos! boh!) e  Dominic Howard (clone de Edwin Van Der Sar, goleiro do Manutd.) Guitarra, baixo e bateria, como sugere a expressão Power Trio. Bellamy faz o vocal principal e Dom e Chris se revezam no backing.

Vou confessar que…

A primeira música deles eu escutei no filme “Crepúsculo” (malzae) e acredito que ela seja a mais famosa deles aqui no Brasil: Supermassive Black Hole. E confesso que até o dia do show só conhecia além dela, Undisclosed Desires e Time is Running Out…

Entretanto, porém, contudo, todavia…

Gostei do visú da banda, gostei do som, gostei da performance, do baixista (ops). É, gostei deles! Tomara que o U2 continue trazendo boas bandas para abrirem seus shows. Porque em 2006 eu lembro que além de ficar com raiva por não ver Bono e Cia, eu também perdi o Franz Ferdinand…

beijos!

Abertura do show (adorei Uprising)

Supermassive Black Hole (nem é o melhor vídeo, mas vale pelos berros da loca!)

Man with Harmonica + Knights of Cydonia (KoC nem gostei tanto, mas é que eu não poderia deixar de postar a performance do Chris e sua harmônica…

Descaso…

23 abr

Inaugurei meu blog escrevendo a respeito de um momento super emocionante na minha vida. Mas o que para mim foi tudo as mil maravilhas, para outras pessoas foi um martírio. E se valendo do amor que as pessoas têm pelos seus ídolos, outras pessoas e/ou organizações não se compromentem em tornar um evento inesquecível, positivamente falando.

Conheci a Cler Oliveira, no último semestre de faculdade, mais precisamente nas reuniões para a organização da formatura. Guria bacanérrima, posso assim dizer. E uma grande fã de U2…

cler

Eu e Cler nos preparativos para a formatura...

Li o relato dela sobre o show e me entristeceu muito saber o que aconteceu. Não apenas por ser minha colega, mas porque a cada dia a história se repete…

Confiram: http://www.cleroliveira.com/2011/04/show-do-u2-e-briga-por-acessibilidade.html

Se fosse comigo, teria sentado no chão e chorado. A Cler merecia ter sido chamada pelo Bono…

#nowplaying: In God’s country – U2

Um sonho realizado 15 anos depois…

20 abr
Faz pouco mais de uma semana, mas ainda tenho cada detalhe gravado na memória. Ainda não consegui descrever  como foram os  momentos que presenciei no estádio do Morumbi no dia 9 de abril de 2011, quando assisti o show da banda que acompanho desde os 14 anos: U2.
Março. Eu acabava de voltar pro Brasil após um contrato de trabalho num navio de cruzeiro, com a notícia de que os ingressos estavam esgotados desde o primeiro dia. Com a grana na mão, (que eu não tinha em 1998 e 2006) anunciei nas redes sociais: COMPRO INGRESSO PARA O SHOW DO U2! E dias depois, a grande surpresa: um amigo de uma comunidade da banda no Orkut me oferecia o ingresso, valor de compra, pista, pro dia 9 de abril. Caíam as primeiras lágrimas…
ingresso

Passaporte para felicidade...

Depois disso, foi a espera. A longa espera pelo grande dia. Já em São Paulo, encontrei com algumas amigas que iriam ao show comigo e fomos buscar meu ingresso. Guardei aquele pedacinho de papel como se fosse o meu bem mais precioso, o que de fato era.
Sábado,dia do show. Cheguei ao Morumbi por volta das 5 da tarde. Enquanto eu subia a rampa de acesso, aviões da Esquadrilha da Fumaça davam rasantes  sobre o estádio, os ambulantes vendiam camisetas, bandanas, capas de chuva, e os fãs cantavam, tiravam fotos, ligavam para quem quer que seja pra dizer que já estavam dentro! E quando eu coloquei os pés dentro do estádio e vi o palco – aquela tão falada garra – pensei: consegui!!!
Faltavam duas horas para o show de abertura. As pessoas estavam sentadas no chão, e se distraiam como podiam. Uma Ola era ensaiada nas arquibancadas, avistei gremistas e colorados conversando pacificamente, bandeiras de vários estados , camisetas do U2, e camisetas do Metallica, Scorpions, Led Zeppelin…
 
meninas

esq: ansiosa e descabelada. dir: Fabi, Juli, eu e Nana. foto: Nana Buono

O Muse entrou no palco e foi recebido com gritos e aplausos, muitos fãs desta banda estavam presentes. Mas também era uma forma de extravasar um pouco da tensão. Os caras embalaram e surpreenderam muitos espectadores. Em um show com um pouco menos de 1 hora, o power trio inglês conseguiu arrecadar mais algumas centenas de fãs.
 
Faltava pouco, mas o reloginho que girava no telão se arrastava. O desespero dos fãs quando os roadies saíam do palco e segundos depois, reapareciam para conferirem os últimos detalhes.  Parecia que o “2012”chegaria antes do show…De repente, o som ambiente ficou mais alto e “Trem das onze” fez com que a galera se empolgasse e cantasse. Depois disso, mais alguns segundos intermináveis de silêncio e “Space Oddity” deixou os fãs atentos. Era a deixa pro início do show. David Bowie, um recado: vou me emocionar sempre que escutar esta canção, mas não me leve a mal, não é por sua causa.
 
“This is ground control to Major Tom,
You’ve really made the grade
And the papers want to know whose shirts you wear
Now it’s time to leave the capsule if you dare”

 A “janela” da nave projetada no telão se abriu e lá estão eles a caminho do palco. Esqueci tudo ao meu redor: minhas amigas, o cara enorme a minha frente, o cansaço e a compaixão com meu corpo, especialmente minha garganta. Senti meu berro vindo do dedão do pé e irromper pela minha boca. 15 anos depois, meu sonho estava começando a se realizar, senti as pernas bambas, o peito ficar pequeno. Por Deus, achei que não aguentaria muito tempo. Parei por alguns segundos para respirar fundo, mas simplesmente coloquei a mão na boca, não acreditando que eles estavam ali. Os primeiros acordes de “Even Better than the Real Thing” potencializaram o histerismo dos fãs…
 
 
“You’re the real thing
Yeah the real thing
You’re the real thing
Even better than the real thing”

Sim, o U2 é real e é melhor que a Coca-Cola (dona do slogan The Real Thing). Alternava meus olhos entre o telão e o palco, e me dava conta de que realmente eram eles que estavam ali. A sequência de músicas não deixou os fãs respirarem: do longíquo 1980 veio “I Will Follow”  em seguida “Get on Your Boots” e “Magnificent” de 2009, esta última resumindo a missão de Bono e cia para com seus fãs…
 
“I was born
I was born to sing for you
I didn’t have a choice but to lift you up
And sing whatever song you wanted me to
I give you back my voice
From the womb my first cry, it was a joyful noise” 
 
edge

The Edge solando eu berrando: F**A! foto: Fabi Buono

“Misterious Ways”, “Elevation”, “Until the end of the World” com The Edge  pertinho solando a música que é a cara dele. “I Still Haven’t Found…” com direito a coro da multidão. Cantamos “Happy Birthday” para Julian Lennon e ficamos paralizados com a versão acústica de “Stuck in a Moment…”. 
 
Bono chama uma menina ao palco e lhe entrega um papel. Com as mãos trêmulas e visivelmente emocionada, ela lê “Carinhoso” . Não vou mentir: xinguei a pobre sortuda, mas por favor, não foi por mal. Um abraço deles é tudo que peço, para agradecer por serem da banda mais importante da minha vida.  
   
sortuda

Bono e a sortuda! Invejei... rs foto: Nana Buono

Começa “Beautiful Day”. Se o dia está lindo? Até mesmo com a chuva que caiu durante o dia! “In a Litlle While” e a nossa viagem ao espaço com as imagens da Estação Espacial Internacional e dos astronautas. 
 “Miss sarajevo” me faz voltar no tempo e lembrar do dia em que Luciano Pavarotti me apresentou esses caras de Dublin. Ai, já não me resta mais nada, a não ser chorar copiosamente… 
   
miss

Grazie, Luciano! foto: Nana Buono

“Is there a time for keeping your distance
A time to turn your eyes away
Is there a time for keeping your head down
For getting on with your day
Here she comes, oh oh
Heads turn around
Here she comes
To take her crown”
 
adam

Adam se aproxima, Valéria surta! foto: Nana Buono

 
 City of Blinding Lights”, “Vertigo” e a famosa contagem de Bono: uno, dos, tres, CATORCE! E o Morumbi estava prestes a explodir. Adam Clayton faz uma passagem pelo nosso lado me levando a dar um plus na gritaria. Se algum dia eu aprender a tocar baixo, é por causa dele… 
 
 
“I’ll Go Crazy If I Don’t Go Crazy Tonight” e seu remix dá uma atmosfera “dancefloor”, com direito a Larry Mullen saindo de trás da batera e percorrer a passarela tocando percurssão. Logo em seguida, “Sunday, Bloody Sunday”, o hino do U2, a música que tão bem caracteriza a banda e sua luta incansável pela resolução dos problemas do mundo. “Scarlet”, “Walk On” e novamente não consigo conter as lágrimas. “All that You Can’t Leave Behind” é um álbum que marcou demais a minha vida…
 
“And love is not the easy thing
Is the only baggage that you can bring
Love is not the easy thing
The only baggage you can bring
Is all that you can’t leave behind”
 
O choro segue livre, pois Desmond Tutu inicia seu discurso e sei que “One” é a próxima canção. A primeira estrofe de “Help” dos Beatles e iniciei uma ligação para uma amiga, interrompida quando Edge introduzia “Where the Streets Have no Name” , música que escolhi para minha Colação de Grau em 2010. Levei as mãos a boca, sem acreditar, mesmo sabendo que eles tocariam essa música. Balões verdes e amarelos colorem o estádio, impressionando até mesmo a banda. Tive que secar meus  óculos que estava embaçado devido a choradeira…
 
u2

Não há preço que pague esta emoção... foto: Fabi Buono

 
 
We’re still building and burning down love
Burning down love.
And when I go there
I’ll go there with you
(It’s all I can do).
 
 
 
 
 
 
 
A banda sai do palco e os fãs estão querendo mais. Pedido concedido, um microfone psicodélico desce da parte superior do palco e “Hold me, Thrill me, Kiss me, Kill me” incendeia ainda mais o público. “With or Without You” desacelera um pouco os fãs, mas nem por isso deixam de entoar a canção, especialmente no ápice: I can’t live, With or without you… Ohhhhhh, ohhhhhhh… 
microfone

Hold me, Thrill me... e o microfone "discreto". foto: Nana Buono

  
“Moment of Surrender”. Bono faz seu discurso de despedida, lembrando das vítimas da chacina na escola do Rio de Janeiro, e que o mundo está de olho no Brasil. Ele pede que o público acenda seus celulares, isqueiros, etc. As luzes do estádio se apagam, deixando apenas essas luzes fracas se unirem e iluminarem o Morumbi. Percebo que o fim está próximo e não quero acreditar. Ainda assim, o público continua cantando, completamente extasiado.
 
crianças

Impossível não se emocionar. foto: Fabi Buono

 
 
 
 
At the moment of surrender
I folded to my knees
I did not notice the passers-by
And they did not notice me
 
 
 
 
Cada um dos músicos largam seus instrumentos e se abraçam para saudar o público. São ovacionados, aplaudidos, reverenciados. Saio do estádio e uma chuva desaba dos céus de São Paulo, já nem me importava, estou de alma lavada. A dor no corpo não é maior que o estado de êxtase em que me encontrava, minha voz não saía, mas passaria horas conversando com os amigos e fãs da banda que não encontrei. Eu e minhas amigas ainda tivemos forças para encarar um fast food lotado e fedorento porque a fome bateu depois de tantas horas de espera…
 
banda

Seus Lindos! foto: Elô Sebber

 
 
Estou com a famosa “Depressão Pós-Show”, impossível esquecer este 9 de abril de 2011. E talvez não consiga encontrar palavras para descrever o magnetismo que Bono, Adam, The Edge e Larry exercem sobre mim e os demais fãs. Acho que nem na próxima turnê eu terei respostas…
 
PS: Agradeço as irmãs Fabi e Nana Buono (e família) pela hospitalidade em Sampa!
 
Beijos…

Mais uma vez…

17 abr

Abrindo mais um espaço no mundo virtual pra desabafar. Aguardem…

#nowplaying: Burn the Witch – QOTSA